Pessoas com “complexo de superioridade” não sabem de nada, diz estudo

Publicado por Tv Minas em 16/01/2019 às 21h54

Não é só impressão sua: os sabichões sabem muito menos do que acham que sabem.

 

Ninguém gosta de sabichões. Ainda mais quando se trata de política. E um novo estudo, da Universidade de Michigan, comprovou o que muita gente suspeitava: as pessoas que acham que “sabem de tudo” superestimam o que realmente sabem.

 

A pesquisa pegou justamente o viés político para analisar. Ela se concentrou em testar pessoas que acham que suas visões são melhores -e mais corretas- que outros pontos de vista. Para isso, os cientistas adotaram dois critérios. Primeiro, compararam o grau de conhecimento dos sabichões com o de outras pessoas. Depois, avaliaram se eles eram bons em procurar novas informações. 

 

No primeiro teste, os participantes precisaram relatar suas opiniões sobre alguns tópicos, e aqueles que achavam que suas opiniões eram as mais corretas precisavam justificar isso. Os pesquisadores perguntaram o quanto os participantes achavam que conheciam sobre o assunto e, após isso, fizeram quizzes completos testando seus conhecimentos. Não deu outra: em quase todos os testes, os “sabichões” estavam superestimando seu próprio conhecimento. “Enquanto os participantes mais humildes às vezes até subestimavam seus conhecimentos, os que se viam como ‘superiores’ tendiam a pensar que eles sabiam muito mais do que realmente sabiam”, disse Michael Hall, autor do estudo. 

 

Na segunda parte da experiência, os pesquisadores mostraram aos participantes artigos de notícias sobre diversos temas políticos, e pediram que eles selecionassem quais gostariam de ler. Os sabichões nem titubearam: a maioria pegou artigos que confirmavam seus pontos de vista. E o pior, eles sabiam disso: quando os pesquisadores perguntaram a eles que tipo de artigos haviam escolhido, os sabichões prontamente admitiam que haviam escolhido textos que sustentavam suas próprias opiniões. “Nós pensamos que se as pessoas ‘superiores’ mostrassem uma tendência a buscar um conjunto equilibrado de informações, elas poderiam alegar que chegaram à sua ‘opinião correta’ por meio de um pensamento crítico e ponderado sobre ambos os lados da questão”, disse Hall. Mas, como visto na pesquisa, não foi isso que aconteceu.

 

O estudo também afirma que os “sabichões” evitam opiniões contrárias porque aquilo em que eles acreditam está fortemente ligado aos seus valores. Eles não querem ter suas convicções morais desafiadas – ou até negadas. No fim, a pesquisa confirma velhas palavras de Millôr Fernandes: quem sabe tudo, é porque anda muito mal informado.

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