Publicado por Tv Minas em 16/01/2019 às 21h54
A desinformação ficou tão grande no meio cervejeiro que ganhou um apelido: "mimimilho".
Não necessariamente. A cerveja é feita a partir da fermentação alcoólica do malte de cereais, principalmente a cevada. O malte, por sua vez, é obtido por meio da germinação artificial e da secagem do cereal.
Mas nem sempre a cerveja é 100% de cereais maltados. É aí que entra o milho. Por lei, a bebida tem que ter no mínimo 55% de malte. Então até 45% podem ser os chamados cereais não maltados, que variam de acordo com a disponibilidade de matéria-prima e as características que se quer dar à cerveja – como a leveza, já que os não maltados geram álcool sem deixar a bebida mais encorpada. O milho é mais comum na América do Sul, assim como o arroz nos EUA, a aveia na Europa e o sorgo na África.
Como os cereais não maltados barateiam a produção de grandes fabricantes, eles passaram a ser vistos como vilões nos últimos anos. Mas isso não faz sentido. Assim como “puro malte” nem sempre é sinônimo de qualidade, cervejas de milho podem ser muito boas. Entre as micro e pequenas cervejarias, cereais não maltados servem, muitas vezes, como estímulo à criatividade. A Flying Dog, uma das mais celebradas dos EUA, lançou a Agave Cerveza (de milho e agave, a matéria-prima da tequila), enquanto a dinamarquesa Amager, em parceria com a carioca 2cabeças, fez a Marry Me in Rio, que tem milho, arroz e uma respeitável nota 87 no site de avaliações RateBeer. Os exemplos se acumulam e mostram que o milho pode ser mais um aliado do que um vilão.
Espiga de história
Apesar da birra recente, o milho está há tempos na vida da cerveja: