De 58 taxistas que votaram, 41 deles são a favor da mudança na lei. Apesar da discussão, projeto gera polêmica e divide opiniões entre a classe.

Um projeto de lei que regulariza o serviço de táxi em Passos tem gerado polêmica na cidade e divide opiniões entre os próprios taxistas. O texto quer transformar todos os pontos em ‘ponto livre’, ou seja, os motoristas podem parar em qualquer lugar demarcado para pegar os passageiros.

No município são 74 taxistas sendo que 58 participaram da votação do projeto de lei que regulamenta o serviço e 41 deles são a favor do chamado ‘ponto livre’.  Caso seja aprovado pela Câmara dos Vereadores, qualquer taxista que tiver licença pode parar o carro onde quiser, mesmo se for em um ponto usado por outro taxista.

O projeto de lei foi submetido a uma votação dos taxistas. Além do ‘ponto livre’, o projeto prevê reajuste no prazo de vistoria, padronização na cor e publicidade nos carros. Ele deve ser enviado no começo da próxima semana à Câmara dos Vereadores de Passos.

A situação, contudo, não agrada toda a classe. O taxista Marcos Maia acha que é a forma mais justa. “Com o ponto livre, nós que temos pontos menos favorecidos vamos poder frequentar os pontos melhores também”, disse.

Já o João Mendonça discorda totalmente do projeto. “Eu acho um absurdo porque eu tô aqui há 32 anos, eu tenho freguesia, tenho tudo aqui, lugar de eu parar, tudo certinho”, comentou.

O mesmo pensa o taxista João Luiz da Silva. “Quem tem 38 de praça, que tá aqui, fez seu trabalho, fez seu cliente, tem um telefone fixo e hoje vai ser prejudicado, porque nem o telefone ele vai poder usar”, destacou.

Ailton Esper Kallas que trabalha há 30 anos no Centro de Passos como taxista, questiona o projeto de lei. Para ele, o ‘ponto livre’ pode gerar mais gastos aos taxistas e também aos passageiros.

“Porque eles vão pagar a mais por isso, e se torna inviável. E mesma coisa, quem estiver aqui, depois sai, não vai voltar para o mesmo lugar, vai para outro local que a distância é maior, a população vai ficar no prejuízo”, pontuou.

Outro ponto discutido e aprovado em votação foi o de limitar o número de taxistas de 1 para cada 1,5 mil habitantes. O diretor do Departamento de Transportes Públicos de Passos, Gerson Gerreira da Silva, disse que o projeto de lei é para atender a recomendação do Ministério Público, que quer regularizar as permissões e concessões dos taxistas na cidade. Se aprovado, todos os profissionais vão passar por um processo de licitação.

“O alvará já é anual, a concessão dele que será através de licitação, haverá um valor para ele utilizar e ter a permissão do serviço de táxi e sendo ‘ponto livre’, serão duas Unidade Fiscal do Município (UFM) por ano e todos pagarão igual”, explicou.