Mar do Caribe está emitindo estranho som e deixando cientistas intrigados

Publicado por Tv Minas em 16/01/2019 às 21h54

Além dos sons emitidos naturalmente pelas vidas marinhas e das grandes embarcações, um outro som, de origem desconhecida, está emanando do mar do Caribe, conforme reportado por Maddie Stone, do Gizmodo.

 

Com uma intensidade muito mais baixa, que impede ser ouvida pelos humanos, sua assinatura foi detectada a partir do espaço. No entanto, o fato intrigante para os pesquisadores é que nunca algo semelhante foi ouvido.

 

Localizado entre a América do Sul, Central e ilhas caribenhas, o mar do Caribe é fundamental para a corrente oceânica global, ou circulação termoalina, já que alimenta diretamente a corrente do Golfo. Entretanto, segundo o pesquisador Chris Hughes, em entrevista ao Gizmodo, reportou, enquanto olhavam para o oceano por razões diferentes, que incluía análises de pressão, eles viram que algo nesta região “simplesmente não se encaixava”, produzindo grandes oscilações inexplicáveis de pressão em toda a bacia.

 

Assim, a equipe decidiu ver a possibilidade de observar o fenômeno a partir do oceano. Com leituras de pressão recolhidas no fundo do mar, entre 1958 e 2013, além de registros de marés e dados de satélites da NASA, eles descobriram que a bacia do mar do Caribe se comporta como um gigante apito.

 

Conforme explicado por Hughes, há uma corrente “que flui de leste a oeste pelo mar do Caribe”. Por ser estreita e extremamente forte, se torna instável criando redemoinhos, assim como um jato estreito de ar. Logo, quando atingem o limite ocidental da bacia, somem e reaparecem na borda oriental, caracterizando um fenômeno que é chamado de “buraco de minhoca Rossby”, descrita pela primeira vez em 2011.

 

O que se sabe até agora é que essas ondas, de diversas formas e tamanhos, ressoam quando se chocam com esse limite ocidental, da mesma forma que diferentes frequências de sopro ressoam em um apito. Em outras palavras, a frequência ressonante é responsável pelo som.

 

No entanto, e diferente de um apito, no Caribe essa ressonância é muito baixa. São necessários 120 dias para que essas ondas percorram o trajeto leste/oeste da bacia, quando isso acontece, eles produzem um tom lá bemol cerca de 30 oitavas abaixo do que um piano.

 

No estudo, publicado pela Geophysical Research Letters, os cientistas apelidaram o fenômeno de “apito de Rossby”. E agora, eles planejam continuar acompanhando-o, com a esperança de que possam ser descobertos sinais que ajudem a prever em quais épocas do ano as inundações costeiras podem acontecer.

 

 

Ouça o estranho som:

 

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