Escrivão que matou estudante ficou afastado por depressão, diz polícia

Publicado por Tv Minas em 16/01/2019 às 21h54

Fonte: G1

Ele havia retornado ao trabalho sem restrições após ficar 8 meses afastado. Conforme testemunha, crime aconteceu sem motivo em Poços de Caldas.

 

O escrivão da Polícia Civil que matou um estudante de 24 anos em um apartamento neste domingo (22) em Poços de Caldas já está preso na Casa de Custódia da corporação, em Belo Horizonte. Thiago Galvão Bernardes, que trabalha na Delegacia de Cabo Verde, foi preso em flagrante.

 

Segundo a polícia, o escrivão, que trabalha há 3 anos na instituição, chegou a ficar afastado do trabalho por 8 meses devido a problemas de depressão e retornou em fevereiro deste ano.

 

"Nesta ocasião foi recolhida a arma e ai, com a evolução do tratamento, ele retornou à atividade sem nenhum tipo de restrição do nosso setor de perícias médicas, sem nenhuma restrição, inclusive de porte de armas. Ele não só vinha sendo acompanhado pelo setor de perícias médicas da Polícia Civil, como ele vinha sendo tratado pelo médico particular de Poços de Caldas", disse o o delegado chefe do 18º DP, Bráulio Stivanin Júnior.

 

Conforme a única testemunha, que é dono do apartamento onde aconteceu o crime, Yuri Antônio Gonçalves Vilas Boas foi morto sem que houvesse qualquer motivo para o assassinato.

 

"Ela (a testemunha) disse que saiu por volta de meia-noite de casa e foi para um bar. Nesse bar, a testemunha se encontrou com o Yuri e no balcão eles conheceram o Thiago, ficaram conversando e como o bar já não estava servindo mais nada, a princípio, o Yuri teria chamado eles para ir na casa deles para beber um pouco mais. De lá eles seguiram até um posto no bairro Quississana, compraram algumas latas de cerveja e chegaram em casa. Ela (a testemunha) falou que não teve discussão prévia, que o Yuri em momento nenhum disse nada para o Thiago que pudesse ter feito com que ele agisse dessa maneira e ele sacou a arma e efetuou um único disparo", disse a delegada Maria Cecília Flora.

 

Após o tiro, o dono do apartamento fugiu do local.

 

"No momento em que ele se levantou, ele viu uma poça de sangue, ficou atordoado e naquele momento o único instinto que teve foi deixar o apartamento, porque ele entendia que corria um risco ali dentro e como não houve motivação para um primeiro disparo, um segundo disparo poderia atingí-lo", disse a delegada.

 

Uma perícia já foi feita no apartamento onde o homicídio aconteceu. O escrivão vai responder por homicídio e também por fraude processual, já que segundo os delegados que investigam o caso, houve alteração da cena do crime.

 

"Houve uma alteração na cena do crime. O corpo onde ele havia sido deixado primeiramente tinha sido removido dali e a testemunha narrava que depois do disparo, o Thiago teria guardado a arma e ela foi encontrada no chão da sala", completou a delegada Maria Cecília.

 

Segundo amigos e familiares, o estudante Yuri não tinha passagens pela polícia. Era uma pessoa tranquila, que não se envolvia em discussões. Conforme a polícia, o escrivão se recusou a fazer o teste toxicológico, que poderia apontar se ele estava sob efeito de entorpecentes. Novas testemunhas serão ouvidas e a investigação continua. Ainda segundo a polícia, o escrivão disse que não se lembrava de nada do que teria acontecido.

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