Varginhense apresenta em Brasilia estudo de 16 anos sobre a água

Publicado por Tv Minas em 16/01/2019 às 21h54

No próximo dia 18 tem início em Brasília-DF, pela primeira vez no Brasil, o Fórum Mundial da Água. Em contraposição ao evento oficial, um dia antes, começará o FAMA 2018, um Fórum Alternativo que integrará movimentos excluídos do debate central. Um projeto empreendido há 16 anos intuitivamente, e nos últimos quatro de forma sintêmica pelo varginhense Diego Gazola será apresentado em ambos os Fóruns. Trata-se do Nascentes da Crise. 

 

O Reality “Nascentes da Crise” é um projeto áudio-visual de pesquisa científica e espiritual que relaciona o ciclo das águas na América do Sul com as mudanças climáticas. O conteúdo investigado, durante os trabalho em campo, é apresentado em tempo real por meio das mídias sociais pelo jornalista e ambientalista mineiro autor de 18 livros sobre cidades e regiões pelo Brasil e o mundo. Nos últimos 16 anos, mais de 1.200 municípios foram percorridos, em todos os Estados brasileiros e em cerca de 35 países pelo mundo. O material compilado é sintetizado por meio de uma série de videodocumentários filmados com celular e que originou, até o momento, a três videosdocumentários divididos por etapas.

 

A primeira etapa, produzida em setembro de 2014, entre o Acre e o Peru, é balizada no conteúdo do relatório 'O Futuro Climático da Amazônia' do cientista Antonio Donato Nobre (INPE). Segundo o estudo, a umidade amazônica “faz uma curva” ao se chocar com a Cordilheira dos Andes naquela região, e desce o continente banhando a parte centro-sul da América do Sul, principalmente durante o verão hemisférico. A expedição apresenta três rotas que conectam os Andes à Amazônia: Estrada de terra pelo Parque Nacional del Manu, estrada asfaltada Interoceânica e o rio Urubamba que conecta Machu Picchu à Grande Floresta.

 

 

A primeira etapa, produzida em setembro de 2014, entre o Acre e o Peru.

 

 

A segunda etapa, produzida dezembro de 2016, abordou a foz do Rio da Prata na fronteira entre o Uruguai e a Argentina. Ali se encontra a segunda maior desembocadura de água doce da América do Sul. A região recebe praticamente a totalidade das águas “exportadas” pela Amazônia por meio dos “rios voadores” e são drenadas através de dezenas de rios do centro-sul da América do Sul. A Expedição apresenta ainda duas das dezenas de comunidades em ilhas no meio do Rio da Prata, assim como uma passagem por Dolores, cidade que foi devastada por um dos mais impactantes tornados que já ocorreram na América do Sul.

 

 

A segunda etapa, produzida dezembro de 2016, abordou a foz do Rio da Prata na fronteira entre o Uruguai e a Argentina.

 

 

Já a terceira etapa, foi produzida em abril de 2017, nela foi investigada o deserto mais árido do planeta. Localizado no norte do Chile, o Atacama está na mesma latitude média da cidade de São Paulo e de praticamente toda a região sudeste do Brasil. Nessa mesma latitude, na altura do Trópico de Capricórnio, estão outros grandes desertos do Hemisfério Sul como o Central da Austrália na Oceania e o Kalahari que compreende parte da Namíbia, Botswana, África do Sul e Angola na África. O videodocumentário expõe reflexões sobre o gradativo, desconhecido e quase silencioso processo de desertificação do centro-sul da América do Sul.

 

 

Terceira etapa foi realizada no deserto do Atacama no Chile.

 

 

Já a quarta etapa foi dividida em duas fases no território da Bolívia.

 

A primeira fase, em maio de 2017, aborda a região da Amazônia mais ao sul da América do Sul. Na região de Santa Cruz de la Sierra, que está na mesma latitude média de Goiânia, acontece o encontro entre os biomas andino, amazônico e chaco. Há séculos, populações tradicionais já tinham o conhecimento da relevância geográfica e espiritual daquela localidade, e dali fizeram um centro geopolítico e de rituais de gratidão à natureza em Samaipata.

 

Essa mesma fase da quarta etapa explora entre outros locais, Potosí. Dali, durante o período colonial foram extraídas pelos espanhóis, a maior parte da prata do continente americano e uma parcela considerável foi escoada para a Europa por meio da rota via o Rio da Prata. Sincronicamente a cidade está na mesma latitude média do trecho entre Ouro Preto e Diamantina, palco da exploração do ouro no Brasil português. O videodocumentário aborda ainda, as regiões onde se encontram as nascentes amazônicas mais ao sul do continente: Sucre, Cochabamba, Villa Tunari e Buena Vista. Esse filme ainda se encontra em edição.

 

A segunda fase da quarta etapa foi produzida em janeiro de 2018. O Reality partiu novamente de Santa Cruz de la Sierra, porém seguindo em direção ao norte, para a região amazônica do Beni. Ali se encontram centenas de lagoas artificiais enigmáticas conhecidas como de Moxos, que teriam sido arquitetadas há milhares de anos. Os rios Mamoré e Beni estão entre os principais que formam o rio Madeira, o corpo d’água que em Rondônia, por meio de seus períodos de cheia, potencialmente reflete a umidade que deixa de migrar para o centro-sul da América do Sul, potencializando as secas cada vez mais severas na região.

 

Para isto, a expedição cruzou a mais intransitável das estradas bolivianas. O videodocumentário expõe também a transição entre a Amazônia e os Andes subindo até La Paz e o Lago Titicaca, passando pelo berço de uma das civilizações mais antigas do continente: Tihuanaco que posteriormente emergiu como os Incas. Esse filme também ainda se encontra em edição.

 

O maior evento global sobre o tema água reúne interessados no assunto e tem como missão “promover a conscientização, construir compromissos políticos e provocar ações em temas críticos relacionados à água para facilitar a sua conservação, proteção, desenvolvimento, planejamento, gestão e uso eficiente, em todas as dimensões, com base na sustentabilidade ambiental, para o benefício de toda a vida na terra.

 

Para mais informações: www.nascentesdacrise.com.br e pela hashtag #NascentesdaCrise.

 

 

Sobre Diego Gazola

 

Durante os últimos 16 anos, Diego Gazola viajou para todos os Estados brasileiros realizando pesquisas de conteúdo para guias de turismo da editora Empresa das Artes e para a Muda de Ideia.

 

Em 2014 foi apresentador do Reality “Expedición RCN Brasil 2014” para a TV colombiana RCN Televisión.

 

Durante essa expedição, que seguiu de Bogotá até o Rio de Janeiro, teve a oportunidade de compartilhar as diversas curiosidades do roteiro de quase dez mil quilômetros rumo à Copa do Mundo.

 

Já em 2015 desenvolveu o Reality “VamosparaParintins.com.br”, compartilhando experiências durante uma viagem à Ilha Tupinambarana, localizada no meio do rio Amazonas, durante o Festival Folclórico de Parintins. 

 

Participou das Conferências das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas: na Dinamarca (COP15), no México (COP16), África do Sul (COP17) e Paris (COP21).

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